quinta-feira, 25 de junho de 2020

Ja disse isso... repito... e volto a dizer... ...as vezes acho tão difícil de entender... as vezes penso que seria mais fácil fazer como algumas tribos que não têm a mesma noção de linearidade do tempo... tipo passado... presente e futuro...
Afff inventamos um argumento irrefutável p/ nossas "teorias" a verdade está nos olhos de quem vê...
A noção de mundo de uma comunidade vem dos conceitos que ela criou p/ explicar as coisas nesse mundo... ou algo assim.... de maneira diferente... mas variando sobre o mesmo tema... temos o que acontece quando sonhamos...
Um minuto no “mundo acordado” pode corresponder à horas... dias... até anos... no mundo sonhado...
... e se pensarmos que realmente vemos nossa vida passar em um segundo antes de morrermos... a inquietação é ainda maior...
........maluquice?!
Sim! Eu sei eu sou maluca... mas sabe como é... muito tempo livre p/ pensar... e como ainda não to pagando imposto por pensamentos pensado... kkk
Mas retomando... o que eu considero mais incrível e por conseqüência o que mais me intriga... afff é sobre essa coisa de tempo... "coisa"...
Você pode me explicar o que é o tempo?... Alguém?... Não?...
...
Tic... Tac...
...
Foi o que eu pensei.... ninguém se habilita..... bom é a ideia de que nenhuma coisa é a mesma coisa que era um milionésimo de segundo atrás... de que o presente é incansavelmente substituído pelo futuro e vai virando passado... nesse ritmo frenético e inquestionável... sem que se possa senti-lo... pegá-lo... vê-lo... idealizá-lo...
Gostaria inclusive que me explicassem o que diabos significa essa coisa de "viver o agora"... viver o presente... como é mesmo que se diz? Ah, sim carpe diem...
Pensa comigo... o presente é algo impossível certo?! impalpável e inatingível... se pensarmos que o tempo não pára nunca...
É uma impossibilidade.... e estamos sempre no meio do caminho, entre uma coisa e outra... Transformam-se em passado e futuro ao mesmo tempo...
Com um pouco de bom senso... perceberão que a própria noção de realidade fica um tanto arredia quando se pensa assim... se é real aquilo que existe neste exato instante.. então podem dizer adeus ao real... kkk
..ou não é verdade que a história... a memória e a imaginação distorcem a noção de realidade?
E eu nem mencionei tarôs, bolas de cristal e numerologia... kkk
Aliás... o quão imbecil lhes parece perder tempo tentando decifrar o tempo? como eu to agora né? Bastante? Foi o que eu pensei.... kkk
Mas continuando a idiotice ... um instante decide o próximo instante... simples assim! Logo... se você lê de maneira cronológica tipo uma letra após a outra... então este texto nunca irá existir inteiramente...
O que pode vir a calhar... kkk acho que posso estar deixando escapar um pouco demais...
Enfim... não reparem na obsessão... nem na prolixidade... mas não imagina... o tédio que é o infinito... afff
Veja bem... reparem no ponteiro dos segundos de um relógio...
Antes que você consiga terminar de ler esta palavra ele já esquivou-se sorrateiramente para a próxima casa... e quanto tempo cabe em um segundo? Sim... porque o segundo marcado pelos relógios nada mais é do que uma convenção...
E quem quisesse me confrontar diria que então vivemos constantemente no presente... decerto! mas um instante não dura pra sempre...
Digamos que o presente vá sendo substituído por outro presente... e por outro... e por outro... Pronto... estamos de volta a minha teoria! Um instante após o outro... precisa repetir?
Percebo que estou começando a aborrecer... kkk
Entenda... que esta condição de coisa impalpável muito me chateia...
Um exemplo... deixa pensar..... um exemplo... o tempo pode ser experienciado de muitos outros jeitos que não esse que todos conhecem... que ele pode ser distorcido... distendido ou comprimido quando se olha para dentro... ou para muito longe...
Agora há pouco... uma cena que se deu em não mais do que vinte segundos... desses contados pelos ponteiros do relógio... durou... para uma das pessoas que a compunha alguns meses... do sofá preto de couro em que se achava sentada... chorando e enxugando as lágrimas que faziam arder os poros abertos do rosto... via ou imaginava ver... em pé a sua frente alguém que gosta e que estava prestes..... hummm (voltamos a falar pessoalmente)...
Fecho os olhos por impulso... p/ a situação.... como se não quisesse mais acumular lembranças... Olhar... significa que no instante seguinte teria mais uma memória...
E estamos sempre cheios delas.... mas as alternativas desembocam no mesmo lugar....
Lembrar.... de olhos abertos ou fechados... a lembrança esta ali... senão parada à sua frente... encarando os quatro cantos de tela do seu computador.... do lado esquerdo de sua cama vazia... ao cair da tarde...
Bom... aperto ainda com mais força os olhos... na esperança de comprimir também essas imagens... até que perco as forças.... relaxo os músculos e abro os olhos outra vez...
Finalmente de volta ao instante daquela primeira cena... percebi finalmente tudo se movi... caminham em alguma direção...
Me lembrou... de um dos diálogos finais de Romeo e Julieta e foi repassando e traduzindo simultaneamente... kkkk (espero que esteja certo kkkkk)
"Eyes look your last." (Olhos, olhem uma última vez.)
"Arms take your last embrace." (Braços, abracem uma última vez.)
"And lips, O you the doors to breath, seal with a righteous kiss this dateless bargain..." (E lábios, vocês, as portas para a vida, selem com um beijo legítimo este contrato esterno...)
.... (palmasssssssssssssssssss)
Ai na vida real vivemos algo assim massssssssss "não o beijou".... mas acha q talvez fosse melhor assim. As coisas imaginadas carregam um tom de doce tristeza...
E... talvez... daqui a muitos anos... como acontece quando depois de velhos inventamos uma memória de infância... ela se lembre de tal beijo....
E quem sou eu para questionar a veracidade de uma lembrança?
Por hora, ela estava, sim, feliz...
Feliz por ter conseguido engolir e digerir todas estórias....
Feliz porque a dor... essa que faz arder o rosto e apertava as entranhas... que lhe tira o ar... era também prova de humanidade... prova de que esta viva...
A dor havia preenchido um vazio... vivia... e era só o que importava...
E agora me perguntam o que diabos eu estou tentando provar com isso tudo....
affff tenha paciência... paciência....
Não muito tempo depois... quando se tem lembranças... essa mesma moça simpática que vus fala.... sentada com os pés apoiados na mesa... observava um fenómeno que muito a encanta...
No horizonte... como mágica... sempre no mesmo horário... todos os dias que faz sol... alii.....e só ali... o horizonte se dividia nas cores.. azul... branco....
E mesmo que me levante e ande em direção a algum jardim... não poderia desperdiçar os últimos raios de sol sentada à sombra...
As vezes é hora de colocar os óculos escuros e deitar na beira da piscina... com a mão esquerda a fazer redemoinhos na água cristalina.... um pedaço do sol já poderia até se escondia detrás do telhado... de modo que se transforma em seu pôr-do-sol particular...
Apenas para estar deitada naquele local... naquele ângulo... por detrás daquele telhado...
E poderia se confundir com o que era mais azul... a piscina... seus pensamentos ou o céu...
Prefiro imaginar que se misturavam...
Se distrair por um instante... lamentando não ser possível instalar uma câmera de cinema por detrás das lentes de seus óculos... ou quem sabe sua máquina fotográfica.... penso em correr para buscá-la... mas.... então... entendo a impossibilidade de que eu falava mais cedo...
Não é nem mais a questão de que nenhuma coisa é a mesma coisa que era um milionésimo de segundo atrás.... mas sim de que nunca mais sentiria o que sentia no instante em que abriu os olhos ali na beira do azul...
A felicidade é tão indecifrável quanto o tempo...
Era o que eu estava tentando dizer desde o começo.... e como me conforta não ser a única indecifrável...
Acredito que é preciso delicadeza... e uma boa dose de coragem... para render-se .... ao tempo e à felicidade....
Não se persegue aquilo que não se pode definir.... e este é um assunto resolvido..... não se define tempo... muito menos felicidade....
Não se vê.... não se pega.... não se escreve... nem se descreve....
Vive-se e ponto.... nesse vácuo inconcebível que chamamos de presente.