terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

.... tentando!

... não lembro em q momento percebi... q viver deveria ser um permanente reinvenção de nós mesmos... para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça q ainda estamos vivos...
Afff...
... mas compreendi... num lampejo.... q então é isso... então é assim... 
... apesar dos medos... convém não ser demais fútil nem demais acomodada...
 
Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres... mergulhar para depois ver o que acontece... a vida não tem de ser sorvida como uma taça q se esvazia... mas quem sabe como o jarro q se renova a cada gole bebido...

Para reinventar-se é preciso pensar... isso aprendi cedo...
... apalpar.. no nevoeiro de quem somos... 
... algo q pareça uma essência... isso... mais ou menos... sou eu...  
... isso é o que eu queria ser... 
... acredito ser... quero me tornar ou já fui.... 

Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano.... 

Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante...  "parar pra pensar... nem pensar!" 

O problema é q quando menos se espera ele chega... o sorrateiro pensamento q me faz parar... 

Pode ser no meio do trabalho... no trânsito... na frente da tv... ou do computador... 

Simplesmente escovando os dentes.... ou na hora do trabalho ... do desafeto... do rancor... da lamúria... da hesitação e da resignação... 

Sem ter programado... a gente pára pra pensar.... 

Pode ser um susto... como quem espia de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades... cada porta... uma escolha... muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo... 

Outras... para um jardim de promessas... alguma... para a noite além da cerca... 

Hora de tirar os disfarces... aposentar as máscaras e reavaliar... reavaliar-se penso eu...

Pensar pede audácia... refletir é transgredir a ordem do superficial q pressiona tanto... 

Sou demasiada frívola as vezes... busco o atordoamento das mil distrações... corro de um lado a outro achando q sou grande cumpridora de tarefas.... 
... quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar... quem a gente é... o q fazemos com a nossa vida... o tempo... os amores.... 

E com as obrigações também... é claro... afinal não tenho sempre cinco anos de idade... quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir... no sono... o sonho q afinal nessa idade ainda é a vida... 

Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho... é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno... e quem sabe finalmente respirar... 

Compreender... sou inquilina de algo bem maior do q o meu pequeno segredo individual... (eu acho...) ... o poderoso ciclo da existência.... 

Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo... 

Se me escondo num canto escuro abafando meus questionamentos... não escuto o rumor do vento nas árvores do mundo.... nem compreendo q o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do q o dos possíveis ganhos... 

Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a história.... 

O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar... q atribui identidade... sem  pensamento q confere alguma ordem... 

Viver... como talvez morrer... é recriar-se.... 
... a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida... mas elaborada.... 

Eventualmente reprogramada.... 

Conscientemente executada... 

Muitas vezes... ousada...

Parece fácil...  "escrever a respeito das coisas é fácil" ... já me disseram....  é eu sei....  mas não é preciso realizar nada de espetacular.... nem desejar nada excepcional....  não preciso nem mesmo ser brilhante... importante... admirado...

Para viver de verdade...  pensando e repensando a existência... para q ela valha a pena...  preciso ser amada.... e amar...  e amar-me... 

Ter esperança... qualquer esperança...

Questionar o q me é imposto... sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez... 

Saborear o bom... mas aqui e ali enfrentar o ruim... 

Suportar sem me submeter... aceitar sem me humilhar.... entregar-me sem renunciar a mim mesma.... e à possível dignidade.... 

Sonhar..................... porque se desistir disso.... apaga-se a última claridade... e nada mais valerá a pena... escapar... na liberdade do pensamento... desse espírito de manada q trabalha obstinadamente para me enquadrar... seja lá no q for.... 

E q o mínimo q eu faça seja... a cada momento... o melhor q afinal se conseguiu fazer....