terça-feira, 5 de abril de 2011

Rouxinol

...era uma vez um Rouxinol...

... que vivia em um jardim.

No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs.

Na janela, uma jovem olhando as belezas do jardim.

Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela.

O Rouxinol, comia os farelos, acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele.

Assim criou um grande afeto, pela jovem que se importava em alimentá-lo, mesmo com migalhas.
A jovem um dia se apaixonou... ao se declarar ela disse que só aceitaria seu amor se como prova desse a ela, na manhã seguinte uma rosa vermelha...

Percorrendo todas as floriculturas da cidade, sua busca foi em vão... não encontrou nenhuma rosa para ofertar a sua amada.

Triste... desolada... a jovem foi falar com o jardineiro da casa onde vivia.

O jardineiro explicou que poderia presenteá-la com Petúnias, Violetas, Cravos, menos Rosas.
Elas estavam fora de época, era impossível consegui-las, naquela estação.
O Rouxinol, que escutara a conversa, ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar a conseguir a flor.
Assim, a ave procurou o Deus dos pássaros que assim falou:
- Na verdade, você pode conseguir uma Rosa Vermelha... mas o sacrifício é grande, e pode custar-lhe a vida!
- Não importa respondeu a ave. O que devo fazer?
- Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira e ali cantar a noite toda... sem parar... o esforço é muito grande... seu peito pode não agüentar...
- Assim farei, respondeu a ave, é para a felicidade do meu amor... um amor danger!
Quando escureceu... o Rouxinol se emaranhou em meio a uma roseira, que ficava frente a janela do jovem. Ali, se começou a cantar... seu canto mais alegre... precisava caprichar na formação da flor.

Um grande espinho... começou a entrar no peito do Rouxinol... quanto mais ele cantava... mais o espinho entrava em seu peito.

O rouxinol não parou, continuou seu canto, pela felicidade do amor... um canto que simbolizava gratidão... amizade... lealdade... respeito... confiança... verdade dos sentimentos mais puros que ele podia sentir... um canto de doação... mesmo que fosse da própria vida!
Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue... que foi se acumulando sobre o galho da roseira... mas ela não se deteve nem se entristeceu.
Pela manhã, ao abrir a janela, a jovem se deteve diante da mais linda rosa vermelha... formada pelo sangue da ave... nem questionou o milagre... apenas colheu a rosa...
Ao olhar o corpo inerte da pobre ave... a jovem disse:
- Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar... foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos... pelo menos agora dormirei melhor... sem ter que escutar seu canto chato!
Moral da história:
..."cada um... dá o que tem no coração... cada um recebe com o coração que tem…"